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quinta-feira, 3 de junho de 2010

século XVIII



As vezes - muitas vezes - sinto-me como acho que se sentiam aqueles poetas românticos do século XVIII que a minha professora de literatura tanto menciona. Aqueles que se apaixonavam por um "ideal" e lutavam com todas as forças pra conseguir aquilo o que tanto desejavam; e que se sentiam tão melancólicos a ponto de se trancar, se embriagar e tragar até morrerem de tuberculose. Mas no meu caso as coisas não são tão fáceis. Muitas vezes me passa pela cabeça a ideia de simplesmente largar tudo pra trás, pegar todo dinheiro do banco e gastar. E assim que ele acabar e se for com futilidades, que leve junto consigo minha lucidez e capacidade de raciocinar. Porque eu simplesmente não aguento mais ter que respirar, ter que atuar e finjir que minha vida vai muito bem quando nunca vai. Talvez todo mundo pense assim em algum momento, ou talvez eu seja uma aberração doente que precisa de mais do que umas boas palmadas pra largar de se ingrata. Mas eu só queria poder me isolar de tudo, me embriagar e tragar - não necessariamente no sentido lógico da palavra - até morrer porque não há nada nesse mundo que me faça querer continuar viva. Talvez eu esteja generalizando muito as coisas; talvez eu esteja exagerando; talvez isso seja loucura ou só delírio. Talvez daqui a algum tempo eu olhe pra trás e me pergunte como fui capaz de pensar assim. Mas talvez eu continue pensando assim durante um tempo, talvez eu não mude de ideia; talvez isso seja mesmo o que eu vou continuar querendo. E quem sabe se talvez não será o que eu vou fazer.